Magazine Luiza encerra compra direta de livros das editoras

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O Magazine Luiza, uma das maiores redes varejistas do Brasil, anunciou que vai encerrar a compra direta de livros das editoras e passar a trabalhar apenas com marketplaces, ou seja, plataformas que conectam vendedores e compradores. A decisão foi comunicada por e-mail aos fornecedores na última sexta-feira (7) e pegou o mercado editorial de surpresa.

Segundo o comunicado, a mudança faz parte de uma “reestruturação do modelo de negócios” da empresa, que pretende focar em “categorias de maior rentabilidade e giro”. A partir de agora, as editoras que quiserem continuar vendendo seus livros pelo site ou aplicativo do Magazine Luiza terão que se cadastrar como parceiros do Magalu Marketplace, seguindo as regras e condições dessa modalidade.

A medida tem impactos significativos para o setor editorial, que já enfrenta uma crise há anos. Com a compra direta, as editoras tinham mais garantia de venda e recebimento, além de maior visibilidade e controle sobre os preços e estoques dos livros. Além disso, elas terão que arcar com os custos de logística, embalagem e comissão da plataforma.

Para alguns especialistas, a decisão do Magazine Luiza reflete uma tendência do mercado varejista, que busca reduzir custos e riscos, e também uma desvalorização da cultura e da educação no país. Eles alertam que o fim da compra direta de livros pode prejudicar a diversidade e a qualidade da oferta literária, além de afetar negativamente a cadeia produtiva do livro, que envolve autores, editores, tradutores, revisores, ilustradores, gráficos, distribuidores e livreiros.

Por outro lado, alguns representantes das editoras afirmam que o marketplace pode ser uma oportunidade de ampliar o alcance e a variedade dos livros, desde que haja uma política justa e transparente por parte da plataforma. Eles defendem que o Magazine Luiza mantenha um canal de diálogo com o setor editorial e ofereça condições especiais para as editoras que produzem livros de interesse público, como os didáticos, os paradidáticos e os de literatura brasileira.

O Magazine Luiza não informou qual será o prazo para a transição do modelo de compra direta para o marketplace. A empresa também não se pronunciou sobre as críticas e as reivindicações das editoras. Em nota, o Magalu afirmou que “continua comprometido com a democratização do acesso à leitura no Brasil” e que “segue investindo em seu marketplace de livros, que conta com mais de 8 milhões de títulos disponíveis”.

O que você achou a respeito da decisão da Magalu? Deixem suas opiniões nos comentários.

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