AACR2 na Era Digital: Como as Regras de Catalogação se Adaptam ao Livro Digital?

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A tecnologia transformou a forma como consumimos conhecimento. Se antes o livro físico era o principal meio de difusão de informações, hoje o livro digital conquistou seu espaço, tornando a leitura mais acessível e prática. Mas, com essa revolução digital, surge a dúvida: como catalogar esses livros seguindo normas tradicionais, como o AACR2 (Código de Catalogação Anglo-americano)? Afinal, esse código foi criado em uma época em que o papel reinava absoluto. Será que ele ainda é relevante? E como ele se adapta aos e-books?

Se você é autor, editor ou trabalha com biblioteconomia, vem comigo que vamos explorar isso de forma simples e direta! 📚💻

O Que é o AACR2 e Por Que Ele Ainda Importa?

Antes de entrar no mundo digital, vamos relembrar o que é o AACR2.
O Código de Catalogação Anglo-americano é uma norma internacional criada para padronizar a descrição de materiais bibliográficos, tornando mais fácil para bibliotecas e leitores encontrarem e identificarem uma obra. Publicado em 1978, o AACR2 definiu diretrizes claras sobre quais informações precisam constar em uma ficha catalográfica, como:

  • Autor(es);
  • Título e subtítulo;
  • Edição;
  • Informações de publicação (local, editora, data);
  • Descrição física (número de páginas, ilustrações, etc.);
  • ISBN.

A ficha catalográfica, seguindo o AACR2, sempre foi indispensável para o livro físico. Mas, no caso do livro digital, será que essas regras se aplicam?

Os Desafios da Catalogação no Mundo Digital

A transição do físico para o digital trouxe mudanças significativas. Os e-books não têm formato físico, número de páginas fixo e, muitas vezes, estão disponíveis em múltiplos formatos, como PDF, EPUB, MOBI. Além disso, a localização do conteúdo depende do dispositivo usado pelo leitor.

Aqui surgem alguns desafios:

  1. Como descrever a “forma física” de algo que não tem corpo físico?
  2. Como registrar informações de publicação quando um livro digital pode ser atualizado constantemente?
  3. Como adaptar a ficha catalográfica tradicional para plataformas digitais e e-readers?

Adaptação do AACR2 para Livros Digitais

Embora o AACR2 tenha sido criado para livros físicos, ele pode, sim, ser adaptado para os livros digitais. Algumas regras foram ajustadas ao longo do tempo, com diretrizes específicas para materiais eletrônicos. Aqui estão algumas das principais adaptações:

1. Descrição Física

No lugar de especificar o número de páginas, você pode indicar que a obra é um “recurso eletrônico” e declarar algumas especificidades desse recurso eletrônico, como formato, modo de acesso e requisitos de sistema.

2. Informações de Publicação

Para livros digitais, a editora, o local de publicação e a data continuam sendo importantes. Mas, se o livro for uma autopublicação (como em plataformas Amazon Kindle), isso precisa ser indicado.

3. Identificadores Digitais

Os livros físicos têm o ISBN, mas os livros digitais podem ter outros identificadores importantes, como o DOI (Digital Object Identifier), que facilita a localização e citação em ambientes acadêmicos.

4. URL e Data de Acesso

Se o e-book estiver hospedado em uma plataforma online, é importante incluir a URL e a data de acesso.

AACR2 x RDA: Qual Usar para Livros Digitais?

Muitos profissionais se perguntam: devo continuar usando o AACR2 ou migrar para o RDA (Resource Description and Access)?

O RDA é o sucessor do AACR2 e foi criado justamente para atender às necessidades da era digital. Ele traz uma abordagem mais flexível e moderna, incluindo a descrição de recursos eletrônicos. No entanto, o AACR2 ainda é amplamente utilizado no Brasil, especialmente por bibliotecas universitárias e editoras menores.

Se a sua prioridade é seguir um padrão tradicional, o AACR2 ainda é uma excelente escolha. Mas, se você deseja trabalhar com um sistema mais atualizado e alinhado ao ambiente digital, vale considerar a migração para o RDA.

Vantagens de Seguir o AACR2 na Catalogação de E-books

Mesmo com suas limitações, o AACR2 oferece algumas vantagens importantes:

  1. Padronização: Ainda é amplamente aceito em instituições acadêmicas e bibliotecas.
  2. Facilidade de Acesso: Uma ficha catalográfica bem estruturada facilita que bibliotecas e sistemas de indexação localizem sua obra.
  3. Valorização da Publicação: Ter uma ficha catalográfica aumenta a credibilidade da sua obra, especialmente no meio acadêmico.

Conclusão

O AACR2, mesmo sendo uma norma criada no século passado, ainda tem espaço na era digital. Com algumas adaptações, ele continua sendo uma ferramenta eficaz para catalogar livros digitais, garantindo padronização e visibilidade.

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